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domingo, 18 de agosto de 2013

Resenha - Sociedade dos Poetas Mortos!!!



SOCIEDADE dos Poetas Mortos. Direção: Peter Weir Elenco: Robin Williams, Robert Sean Leonard, Ethan Hawke e Josh Carles. Estados Unidos, 1989. Drama, 128 min.



O filme em questão aborda a quebra de um sistema tradicionalista, filme de 1989 dirigido por Peter Weir, fala sobre a estória de um professor de literatura recém contratado em suas aulas com uma turma de alunos de uma escola preparatória. O pano de fundo é a Welton Academy no ano de 1950, uma das escolas mais tradicionais dos Estados Unidos, marcada por um sistema rígido, ortodoxo e formal de ensino, com tinha como única preocupação o sucesso de seus alunos em vestibulares e em suas vidas profissionais.
Os alunos tinham uma rotina que impossibilitava qualquer tipo de construção criativa ou autônoma. O personagem central, vivido por Robin Williams, é John Keating, ex-aluno da escola que retorna agora como professor de literatura e poesia. Sua metodologia de ensino é totalmente diferenciada do restante do corpo docente da escola, ele ensina por paixão e acredita que ensinar não é só transmitir conhecimentos, seu objetivo na Welton Academy é despertar nos seus alunos a paixão e curiosidade pela vida, assim os tornando livres e grandiosos em seus pensamentos, sentimentos e desejos.
A formalidade e tradicionalismo já aparece nas primeiras cenas, o diretor da Academia Welton, faz um discurso para recepcionar os alunos e familiares enfatizando os cem anos da data de fundação daquele espaço escolar, ano de 1859, como garantia de um ensino que se apoia em princípios da tradição, honra, disciplina e excelência, justificando assim a escolha dos pais em enviar seus filhos àquela escola, pois ao adentrarem naquele espaço privilegiado já podem se considerar fortes candidatos a frequentarem futuramente às melhores universidades.
Os alunos usavam fardas impecáveis, um regime disciplinar desde a entrada dos alunos no internato, na utilização da biblioteca, nos dormitórios, no refeitório; tudo era marcado por horários e ritmos próprios, necessários ao bom desenvolvimento dos princípios do colégio que, que destacava a tradição, excelência, honra e disciplina, valores necessários para um tipo de saber, próprio das pedagogias tradicionais.
Nesse filme a questão do processo aprendizagem é vista de uma maneira extremamente tradicional pela maioria do corpo docente, falas como:
— “Silêncio! Falange de púberes! Escolham três experimentos da lista e apresentem relatório a cada 5 semanas. As primeiras 20 perguntas, no final do capítulo I, são para amanhã.
Outro professor:
— O estudo da trigonometria requer precisão absoluta. Quem não entregar algum trabalho perderá um ponto na nota final
Demonstram claramente o fato dos professores acharem que ensinar é demonstrar que detém o conhecimento e é dono de todo o poder dentro da sala de aula. O verbo ensinar vem do latim e significa marcar com um sinal, podemos dizer que essa marcação é um despertar, instigar e fazer com que os alunos despertem para certo assunto, os professores devem ser mediadores, pois todos já vêm com algum conhecimento pré-definido por conta de vivencias que devem ser levadas em consideração. A chegada de um professor que além de apaixonado por sua profissão quebra toda aquela rigidez encanta os alunos que ficam apaixonados tanto quanto seu mestre pelas aulas de literatura, disciplina que não merecia atenção naquela escola. Keating destoam do clima ameaçador e controlador da escola, ele estabelece uma ruptura e um embate entre o ortodoxo e o libertador. Sempre encorajando seus alunos a serem livre, cenas como as que ele faz com que os alunos subam na mesa, falem alto pois assim irão colocar para fora o “bárbaro” que habita dentro deles, ou ainda quando estimula a arrancar páginas de um livro de literatura, nos remete a pensar sobre o que seria ensinar? E como é aprender? Esse processo não pode ser mecânico não tão pouco um simples repasse de informação. A todo o momento o professor Keating traz uma maneira revolucionária para o processo de formação de seus alunos, ele não quer simplesmente passar conteúdo e sim transmitir conhecimento, despertar para a vida. Inspirados pelas aulas de literatura, os alunos formam ‘A Sociedade dos Poetas Mortos’, um grupo dedicado a “sugar todo o tutano da vida”, declamar poemas e viver com paixão as coisas belas da vida. Uma estória na qual os alunos irão buscar vozes próprias, sentimentos únicos e desejos libertadores. Quebrado paradigmas, rompendo com o tradicionalismo e fazendo com que a questão de aprender e ensinar se unam de forma harmoniosa, esse filme demonstra claramente que aprender vai muito além que decorar textos e internalizar formulas, que professor pode ensinar e também aprender muito com seus alunos, de forma simples e sem achar que “manda quem pode e obedece quem tem juízo” ou medo de repetir uma disciplina.